quarta-feira, 25 de março de 2009

Era apenas um pequeno pormenor...

Primeiro dia no Museu.
Reunião com o Director. Acertamos pormenores, delineamos melhor objectivos e traçamos metas para as próximas duas semanas.

Depois de almoço, ganho coragem e sigo para a Bilheteira, primeiro local de contacto com os visitantes. Chego ao pé das duas funcionárias, sorrio, meto conversa. Durante uns 5 minutos farto-me de falar e uma delas olha para mim, acena positivamente com a cabeça e sorri. A outra atende um visitante e, depois, agarra-se ao telefone. Começo a falar sobre os visitantes, quem costumam ser, se têm dúvidas sobre o espaço ou a exposição, se costumam fazer perguntas. Nisto vejo um dos seguranças do Museu a caminhar, de walkie talkie em riste, em direcção à bilheteira. Na minha ignorância, continuo a sorrir.

É já no átrio de entrada que alguém acaba por vir em meu socorro…

Aparentemente, alguém se esqueceu de enviar para a Bilheteira/Recepção o memo. O memo que avisava que eu ia começar a trabalhar. E o que é que eu ia fazer.
Sem comentários.

terça-feira, 24 de março de 2009


Hey!


As coisas que tu te lembras! Eu acho é que as pessoas que lá trabalhavam, não se lembram é de nenhuma das duas!!! Já passou tanto tempo! A memória cada vez mais é condicionada pelos grandes high lights do momento! Quem casa com quem nas revistas, um novo escândalo sexual, eventualmente a morte de alguma figura pública… e passado uma semana, um mês, já ninguém se lembra!


É por isso que digo que não há bem mais valioso do que as fotografias! Essa imortalização artística! Ninguém nos pode tirar isso. Tenho as nossas todas guardadas religiosamente, se quiseres voltamos à Baixa de Lisboa, e só para testar, retornamos às mesmas lojas e fazemos interrogatórios exaustivos a quem lá trabalhar! No final, logo vimos quem tem razão!


E por falar em fotos. O dia de hoje foi muito proveitoso! Ainda tenho que editar algumas das (muitas) fotografias que tirei, mas assim que me for possível, envio-tas para dares a tua opinião e, aí sim, ficares roidinha de inveja! Da boa e da má :)


Bem, e agora vou sair. Vou realizar a minha parte da pesquisa antropológica e comportamental do Ser Humano. Vamos ter muitos resultados e conclusões para comparar.


Cya!


A.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pequenos prazeres da vida



Paris….
Nem as melhores bolachas crocantes com pepitas de chocolate (sim, caseiras, sem prazo de validade, invólucros, daquelas capazes de nos fazer lamber os dedos e raspar as migalhas do prato) podem igualar Paris. Mas acho que encontrei a solução ideal: num Bateau-mouche, a passar frente à Torre Eiffel, no fim de tarde, a comer bolachas com pepitas de chocolate. Perfeito, não?

Eu consigo perfeitamente imaginar-te a perder a cabeça perante um tecido em específico, um padrão em particular, esta ou aquela cor de eleição que te põem literalmente a correr de atelier em atelier. Aliás, eu lembro-me perfeitamente quando tu me arrastavas pelas lojas de tecidos da Baixa de Lisboa. E dos olhares de ira quando os funcionários nos viam entrar e já sabiam que tu ias querer dois metros do tecido que estava na prateleira mais alta da loja. Eu delirava quando tu, da altivez dos 14 anos, fazias o pedido como se fosse a coisa mais séria do mundo. De tal modo que, ultrapassada a raiva inicial de quem tinha o azar de nos atender, acabavas sempre por sair da loja com muito mais tecido do que o pedido sem teres que pagar mais por isso. Aposto que hoje em dia, quando ouvem o teu nome, devem sorrir e dizer: “sabe, ela costumava vir aqui comprar tecidos…”, perante o olhar de espanto dos clientes. Com um bocadinho de sorte dizem também: “…ela costumava vir com uma amiga, aquela rapariga, ai como é que ela se chama? Tenho o nome aqui mesmo debaixo da língua…”

Mas por muito tempo que tenha passado e por muito que o teu nome tenha crescido, nunca vais deixar de te deslumbrar com esses pequenos prazeres da vida: o rendilhado perfeito da Torre Eiffel, a Pont des Artistes, a cusquice em ouvir as conversas dos turistas (ok, eu sei que este mau hábito fui eu que te peguei…). E é por isso que aqui estamos hoje.

Quanto a mim, hoje passei pelo Museu para observar um pouco o comportamento das pessoas, estudar e apalpar terreno. Amanhã tenho reunião com o Director e, depois de almoço, começo a fase intensiva de passar por todos os cantos e conhecer ao pormenor cada funcionário, o que faz e como o faz. Para dizer a verdade, mal posso esperar!
See ya,
Bee
Só para dizer o seguinte: inveja. Inveja pura e simples.
Eu sei, eu sei, coisa feia.

B.
p.s. - volto a escrever quando deixar de estar roídinha!

Je t'aime Paris!!!!


Bolachas crocantes cobertas com pepitas de chocolate?! Daquelas mesmos estaladiças em que o chocolate quando em contacto com a boca derrete lentamente como se fosse o último pedaço de chocolate da nossa vida? I miss it so much… Não me lembro da última vez que comi algo assim, deliciosamente caseiro, sem invólucro, sem datas de fabrico ou validade nem nome de boneco infantil… hm…


Pois então Dear B. estou em Paris!


JE T’AIME PARIS!!!!!


Sinto-me sempre como se fosse a primeira vez que cá venho. Não me habituo à grandiosidade da Torre Eiffel nem aos majestosos labirintos de ferro que a forram. Nem nunca dispenso uma viagem de barco ao Sena privilegiadamente acompanhada por todos os desconhecidos que, aparentemente, esses sim, a fazem pela primeira vez.


E claro, contemplar a Ile de la Cité a partir da ponte que a precede ao final da tarde, c’est magnifique! Será que a ponte alguma vez estará à venda?


A semana da moda em Paris está a correr lindamente, de longe muito melhor que em anos anteriores e as colecções são de fazer arrepiar e desejar ir a correr aos ateliers dos designers e trazer tudo connosco! Claro que quem ia sair mais beneficiado no meio disto tudo, seria a funcionária do aeroporto!!!!


A.

domingo, 22 de março de 2009

A primeira grande surpresa


Por esta altura, escusado será dizer-te que ontem estive acordada até às tantas a desempacotar milhares de pequenas coisas e a tentar tornar estas quatro paredes mais acolhedoras. Para além disso, tratei de assuntos mais mundanos (como pôr a net a funcionar no portátil!) e tentei acenar a bandeira branca à minha vizinha da frente (sem resultados...). Depois disso, tive uma daquelas insónias brutais e só conseguia pensar nas mil e uma formas que a minha vizinha estaria a planear a minha morte lenta e agonizante. Mal eu sabia o que me esperava.

Ainda não eram 8h da manhã, estava eu sentada a tomar o pequeno-almoço e apreciar a vista (sim, tenho que admitir que o prédio pode ser quase centenário mas tem das melhores vistas sobre a cidade) quando a campainha tocou. Duas vezes. Eu fiquei estática, de caneca nas mãos, lábios entreabertos e a contemplar o infinito, à espera que o meu cérebro despertasse: "hey, sim, é a tua campainha que está a tocar". Terceiro toque, quarto toque. Acreditas que estava nervosa quando finalmente me dirigi para a porta??!!!

No meio do corredor, de chinelos e avental, com um prato das mais maravilhosas bolachas que alguma vez vi e um sorriso de orelha a orelha, estava a minha vizinha.

Acabei o meu pequeno-almoço com bolachas crocantes cobertas com pepitas de chocolate. Quentinhas!!!!! E a certeza que escolhi o melhor sítio da cidade para morar!

Bjo,
Bee

P.s. - eu acho que com tanta mala (supostamente) extraviada alguma funcionária do aeroporto anda agora muito mais feliz. Ah! E onde raio é que tu estás hospedada??

sábado, 21 de março de 2009

Dia 1

Bem, que stresse!!!

Tu a tentares não atropelar a senhora nas escadas e eu a tentar não ser atropelada por um bando de Japoneses cheios de máquinas fotográficas e de filmar e de todos os gadgets que se conseguem colocar ao pescoço!

Mais uma vez, perderam-me uma das minhas malas no avião. Já começa a ser rotina... Presumo que alguém já deva ter um guarda roupa totalmente novo só à custa de todas as minhas malas que já se extraviaram... A sorte é que, como trago sempre muitas, alguma coisa tem que se aproveitar!

Ah, não te passa pela cabeça o hotel em que estou hospedada desta vez! Ias adorar!!! Bem, ou talvez não... nunca havemos de concordar relativamente a estes gostos simples da vida.

Então e tu como estás?

Conta-me tudo que estou sedenta de novidades!!!

A.

O primeiro passo

Hey u!
Cheguei há meia hora àquela que será supostamente a minha casa nos próximos tempos. Gostei tanto da sensação que saí disparada ao fim de 10 minutos... foi o tempo de largar as malas e correr porta fora à procura de um cyber onde te pudesse escrever. Pelo caminho quase derrubei uma senhora que vinha muito devagarinho (dolorosamente devagar) a subir as escadas e que deve ser minha vizinha.
No caminho para aqui o taxista cobrou-me 23€ por uma bandeirada que custaria, na melhor das hipóteses, uns 8€. É o que dá vir carregada de malas. Devia ter-lhe dito que não sou turista. A partir de hoje, esta cidade também é minha!!!

Vou regressar e deitar mãos à obra e fazer as pazes com a senhora de uns 90 anos que eu ia matando lá nas escadas.
Prometo escrever a contar tudo assim que assentar arraiais!
See ya!