segunda-feira, 23 de março de 2009

Pequenos prazeres da vida



Paris….
Nem as melhores bolachas crocantes com pepitas de chocolate (sim, caseiras, sem prazo de validade, invólucros, daquelas capazes de nos fazer lamber os dedos e raspar as migalhas do prato) podem igualar Paris. Mas acho que encontrei a solução ideal: num Bateau-mouche, a passar frente à Torre Eiffel, no fim de tarde, a comer bolachas com pepitas de chocolate. Perfeito, não?

Eu consigo perfeitamente imaginar-te a perder a cabeça perante um tecido em específico, um padrão em particular, esta ou aquela cor de eleição que te põem literalmente a correr de atelier em atelier. Aliás, eu lembro-me perfeitamente quando tu me arrastavas pelas lojas de tecidos da Baixa de Lisboa. E dos olhares de ira quando os funcionários nos viam entrar e já sabiam que tu ias querer dois metros do tecido que estava na prateleira mais alta da loja. Eu delirava quando tu, da altivez dos 14 anos, fazias o pedido como se fosse a coisa mais séria do mundo. De tal modo que, ultrapassada a raiva inicial de quem tinha o azar de nos atender, acabavas sempre por sair da loja com muito mais tecido do que o pedido sem teres que pagar mais por isso. Aposto que hoje em dia, quando ouvem o teu nome, devem sorrir e dizer: “sabe, ela costumava vir aqui comprar tecidos…”, perante o olhar de espanto dos clientes. Com um bocadinho de sorte dizem também: “…ela costumava vir com uma amiga, aquela rapariga, ai como é que ela se chama? Tenho o nome aqui mesmo debaixo da língua…”

Mas por muito tempo que tenha passado e por muito que o teu nome tenha crescido, nunca vais deixar de te deslumbrar com esses pequenos prazeres da vida: o rendilhado perfeito da Torre Eiffel, a Pont des Artistes, a cusquice em ouvir as conversas dos turistas (ok, eu sei que este mau hábito fui eu que te peguei…). E é por isso que aqui estamos hoje.

Quanto a mim, hoje passei pelo Museu para observar um pouco o comportamento das pessoas, estudar e apalpar terreno. Amanhã tenho reunião com o Director e, depois de almoço, começo a fase intensiva de passar por todos os cantos e conhecer ao pormenor cada funcionário, o que faz e como o faz. Para dizer a verdade, mal posso esperar!
See ya,
Bee

2 comentários:

Unknown disse...

Gosto da ideia de sonhar acordado, e se é sonho, é belo.
então n pode haver lugar a sentimentalismos, choros ou tristezas…. E mt menos alguma vez sentirmo-nos sós… sonhar num lugar quente aconchegado pelo calor das palavras de quem narra os seus sonhos.
Se sonhar é belo … mas para mim pode ser sem as pepitas de chocolate, que eu passo…. Paris , belo roteiro. Ai então é mesmo possível, pq para o sonho só depende a predisposição, e lá tudo é passível de acontecer, no enrredado da Torre ou nas galerias de Orsey.
Sonha acordado , e regista a experiencias… e depois encontramos um espaço adequado para reflectir e lembrar.
Gosto da proposta, sonhar acordado é a capacidade de sermos maiores e manter o desejo de ser mais feliz.
Sonhemos então acordados pq ao sonhar assim, podemos ver e crer o que realmente somos queremos, mas tb o que desejamos para a vida.
Memória, acções ou decisões... parece-me boa a ideia "Para dizer a verdade, mal posso esperar!"
bj
M

CarMG disse...

M!!!!
Benvindo :)
Todos mal podemos esperar para ver o que mais vai acontecer daqui para a frente, no blog e na vida :)

Beijinhos
CarMG