sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Férias!


Férias!

Por mais trabalho que tenha, Agosto é o meu mês, o mês de não fazer nada (mas continuando a fazer muito, demais, em demasia). Permiti-me a rebeldia de abandonar Lisboa por uns dias (in)determinados e fugir em direcção a um qualquer paraiso meu, sem demasiasas exigências, sem demasiados pro formas: Paraíso, era a minha única demanda. E assim foi.

Estive de férias, merecidas e vividas.

Fiz praia, tal como se tivesse sido eu a colocar lá a areia, a verter a água e transformá-la em azul sedução. Tal como se, através de um bater de palmas a música ambiente tivesse começado a tocar, no timbre e estilo que eu pretendia, acompanhada de mojitos e gin tónicos frescos, e sentada em puffs da moda a fazerem-me massagens tailandesas. Esta nossa mania de fazer as coisas para nós, como se elas não estivessem já feitas para elas mesmas e nós usufruirmos, qual usurpadores.

E fiz ao máximo o que se pretende nas férias: o mínimo! Se bem que de portátil e ebook´s e telemóveis e de todos os gadgets que me prendem à minha realidade. Indispensável...
Com isto tudo, espero que tenhas recebido a t-shirt personalizada da Katty Xiomara, achei que era a tua cara. Tenho que te confessar que tenho uma igual (para variar), mas fazemos o habitual: é só avisarmo-nos uma à outra quando a vestirmos, mesmo quando em países diferentes, em continentes separados por oceanos!

Falavas de rotina e muito bem. Quando iniciamos um projecto novo, que nos satisfaz e para o qual trabalhámos a dobrar, a triplicar, só queremos que tudo fique de acordo com as nossas exigências, com o mínimo que é máximo que pretendemos. O inevitável, quando tal acontece, é deixarmos progressivamente de termos que nos preocupar com os pequenos detalhes que vão ficando tratados a cada dia que passa. A seguir a isso, só mesmo a habitual e confortavelmente desejada manutenção rotineira, essa faca de dois gumes que tanto nos faz soltar a adrenalina com um Geiger, como de seguida nos senta na prateleira. Só vejo uma solução... deixa a tua assinatura nos Peques e segue para o próximo voo.

Se quiseres apanhamos o mesmo: New York.

PS: espero que já tenhas voltado do "ali".

A.

domingo, 5 de julho de 2009


Não consigo parar de cantar.
Em casa, em voz alta.
Na paragem do autocarro, em murmúrio.
No museu, na versão "hummmhummm".

Acho que é a auto-preservação em acção. A minha forma própria do cérebro tentar fazer-me atravessar este dia.
Antes que penses no que quer que seja, digo-te desde já que não aconteceu nada. E é precisamente esse "nada" que está a dar comigo em doida.

Depois do arranque do "Peques", dos primeiros tempos de correrias e reajustes, tudo está em velocidade cruzeiro...e começo a sentir a rotina a instalar-se.
Rotina: essa tão temida palavra.

Não sei quem é que eu queria enganar ao achar que, saindo de Lisboa, fugia à rotina. Que fugindo do espaço que sempre foi meu, fugia aos minutos e segundos, aos dias e horas de acumular da normalidade.

Eu devia fechar a boca e afugentar estes pensamentos. Mas é a maldita da rotina (e com ela o sentimento da persistente e indesejada insatisfação) que começa a fazer-me comichão. E num Domingo em que o sol ferve de tal maneira que não dá para fazer grandes planos, tudo parece pior...
Estão a tocar à campainha. Vou ali, já volto.

...
E não é que é o pintxo do 1º andar a vir quebrar-me a rotina??!
Vou ali. Já volto.

See ya!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Hotel-Loja-Hotel-Loja

Olá!

Quanto tempo já passou desde que nos falámos a última vez? Uma eternidade... bem sei... mas como as desculpas se evitam em vez de se pedirem... :)

Tenho andado numa azáfama desde a inauguração do hotel e da loja! Este primeiro mês superou todas as expectativas e só me posso queixar da falta de tempo que tenho, mas nem isso mereço, porque se me queixo, é porque vai tudo andando sobre rodas, mais rápido que o vento, diría mesmo.

O hotel já aparece nos guias online mais influentes e isso tem-se reflectivo nas visitas que temos tido, tanto de jornalistas que vêm confirmar se é tudo como é dito (e claro que não é, é muito melhor) e escrever mais um artigo, como de turistas que seguem os comentários de outras pessoas que por cá passaram. Está a ser um êxito e eu estou a adorar cada pedaço do meu dia em que mergulho no meu projecto e que compridos estes dias têm sido.

Mas não fico por aqui.

Temos umas iniciativas fantásticas para a loja. Convidámos os estilistas nacionais representados na nossa loja para, num determinado dia, virem cá e ajudarem a vender o seu produto, darem autógrafos, tirarem fotografias com os clientes, beberem um refresco, tudo! O primeiro estilista convidado foi (como é óbvio) o José António Tenente! Encomendei-lhe um vestido para a ocasião (lindo, lindo, lindo) e só não comprei as peças todas da loja para mim porque me esforçei arduamente e digo-te que é algo de que me orgulho muito, este meu little acchivement! Correu mesmo muito bem e as vendas, tal como se pretendia, aumentaram nesse dia, graças à nossa crescente mailling list. O próximo estilista, aliás, A estilista, será a Katty Xiomara já na próxima semana, eu mando-te uma peça e um autógrafo!

O pintxo do 1º andar é saboroso?

A.

domingo, 31 de maio de 2009

O farol


Deixo Lisboa para trás.
Sobrevoo Barcelona, banhada pela luz morna, cândida do romper da manhã.

Estou de volta a esta cidade, com energias renovadas. Não consigo começar por explicar-te como aquela noite foi importante para mim. Ver-te brilhar assim, ver o teu trabalho transbordante de luz – de tal forma que se estendeu a toda a Avenida – fez-me passar a ver Lisboa como um farol.

O farol que brilha constante, indicando o porto seguro, avisando que a terra está perto, que não iremos vaguear mais, perdidos num mar revolto de mudança, desafios e problemas.

A tua conquista reforçou a crença nos meus próprios projectos. E o sítio a que chamo “Casa” vai estar sempre lá, farol intemporal à beira do Atlântico, onde parte do meu coração fica guardado enquanto eu vagueio por outros mares.

Regresso a Barcelona e sei que no prazo de um mês o projecto “Peques” vai avançar. Que os pequeños da cidade vão passar a ter actividades incríveis aqui no Museu e que tudo vai correr bem. Muito bem. Tenho a certeza disso porque trago comigo parte de uma tal luz que brilhou naquela noite. Mais do que isso, já tenho outro projecto em mente…

E sim, tal como te prometi, vou mesmo tocar à campainha do 1º andar e convidar o meu vizinho para uns pintxos. É isto que a luz dos outros faz às pessoas. Atravessa-nos e contagia-nos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Etéreo! Volátil!


Sinto que posso voar de tão leve a irreal que me sinto, como se, neste momento, estivesse a olhar para mim, para a vida e para a noite (noite? que horas são? quantas horas foram? quanto tempo já passou?) de fora para dentro, qual personagem do meu próprio filme que não eu. Na plateia de frente para o ecrâ gigante, metade dentro, metade fora. Mas sinto-me bem, tão bem!

A sensação de plenitude, bem estar, megalomania e egocentrismo na sua totalidade que nos rodeia e por nós transborda quando alcançamos, através do nosso esforço e trabalho, aquilo que sempre desejámos e para o qual trabalhámos, é inexplicável! Neste momento, Eu sou Omnipotente, Onipresente, tudo posso, tudo consigo, tudo quero! E quero mais!

A Avenida da Liberdade brilhou a par com as estrelas esta noite! Diría mesmo que brilhou mais, porque uma nova estrela nasceu! A inauguração do novo espaço de verdadeiro lazer da Capital está oficialmente aberto desde esta noite! E que noite!

A partir de hoje, quem se dirigir a Lisboa, terá a oportunidade de ficar alojado no melhor complexo hoteleiro de que há memória. "Hotel de cinco estrelas com quartos com assinatura de designers, únicos, individuais e inigualáveis. Bar e restaurante panorâmico, com serviço de excepção, chef de renome e comida de degustação inesquecível. Spa moderno, adequado às necessidades de cada um . Loja de griffs de renome e acessórios imprescindíveis. Tudo num único espaço, ao serviço de quem aproveita a vida com tudo o que de bom esta tem." dizia nos noticiários online, mesmo antes do sol raiar! As revistas do social rejubilaram com a concentração por metro quadrado de fotografáveis "o espaço mais in de que há memória abriu portas em Lisboa", como se a qualidade, a superioridade e a supremacia fossem secundárias a tanta possiblidade de flash e blush e jet set! Mas até isso me deixa feliz! Até isso correu às mil maravilhas. Mal posso esperar para ver o que vai ser publicado nas revistas da especialidade. Os guias turísticos vão fazer novas edições "só" por causa desta noite!

E não é que a orquídea estava mesmo à esquerda do sofá e o tapete, beringela, lindo de morrer, no sítio que lhe estava destinado? E os candeeiros... os candeeiros, fico arrepiada só de pensar neles. A personalidade que dão ao espaço não tem descrição!

A verdadeira felicidade das pequenas coisas. Quando a junção das pontas soltas se dá. E o brilho ofusca os sentidos. Tudo fica volátil. Etéreo!

E eu sinto-me bem, tão bem.


A.

quarta-feira, 20 de maio de 2009



Estou a caminho.
Estou mesmo a caminho.
A caminho de Lisboa.

Digo-o vezes sem conta porque continuo ainda sem acreditar muito bem que estou de volta por uns dias. De volta a todos os lugares que chamo meus...todos os recantos, todos os abraços apertados, todas as luzes da cidade e todos os silêncios da noite. E é a ti que tenho que agradecer por isto pois, de outra forma, não iria regressar tão cedo.

Consigo imaginar-te, neste preciso momento, a mordiscar nervosamente as unhas e a amaldiçoares-te no momento seguinte por teres lascado o verniz. E sei que estás também à beira de um ataque de nervos porque ninguém partilha desse teu perfeccionismo exacerbado no que toca aos pequenos detalhes.

Sim, são esses detalhes que fazem toda a diferença. E, mais do que nunca, vais brilhar...vais brilhar tanto...e eu vou estar lá, encandeada por tanta luz!

Gostava de saber onde é que vais ter tempo no meio desse caos organizado para ires às compras comigo mas se, no meio disso tudo, ainda encaixares na agenda um almoço comigo no Chiado eu prometo que te deixo escolher a roupa que eu hei-de levar (e isto até inclui uns stiletto para me arruinar os pés em dois minutos).

Ao contrário de ti, sinto que o tempo voa. Voa até depressa demais.
Mas mais importante que isso, voa em direcção a Lisboa.
Onde me vais explicar como se atam pontas soltas.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Três dias...


Três dias... só faltam mesmo três dias... a verdadeira contagem decrescente começa a partir de agora!


Por mais que eu diga que não sofro por antecipação e o tenha repetido, a mim mesma ,vezes sem conta durante esta semana, não consigo evitar o nervoso miudinho que me cobre dos pés à cabeça e me faz respirar mais vezes que o habitual, a par com o bater do coração, que está descompassado, desregulado, acelarado.


O que não percebo, é por que é que tudo o resto à minha volta não se encontra à mesma velocidade que eu! Quanto mais velocidade imprimo ao que me rodeia, mais devagar parece andar. Diría mesmo que, se o relógio andasse com os ponteiros para trás, continuaria a ser mais célere!


À primeira vista, a olho nú e inexperiente, qualquer um diría que está tudo pronto, fantástico, maravilhoso. Mas a perfeição só existe quando as pontas soltas das pequenas coisas se encontram. E, à minha vista, as pontas tendem a afastar-se cada vez mais. Porque é que será que só eu o vejo?!


Se a orquídea é para ser colocada à esquerda do sofá, porque raio é que a colocaram em cima da mesa?! Se o tapete beringela foi encomendado para a colecção All Night Long, o que é que ele faz à esquerda do sofá?! Os candeeiros, grandes, lindos, contemporâneos... ainda não estão colocados! Já nem falo das toalhas... horas de formação de "como, quando, como e porquê", parece que foi tudo em vão e que ninguém ouviu uma única palavra do que foi dito!


E nisto, eu mais pareço uma esquizofrénica saída de um qualquer filme de classe Z, verdadeiramente psicótica e obcessiva com o que, a mim, me parece ser o básico do básico. Não me meti neste projecto de corpo e alma para que seja "mais um projecto". Este, vai ser O Projecto da Avenida da Liberdade. E já só faltam três dias!


Por isso, espero que a esta hora já estejas no avião, e que não tenha havido nenhum problema com os bilhetes que a minha secretária te enviou. Ainda temos que te arranjar uma roupa adequada para a ocasião. Que nem te passe pela cabeça levares o mesmo vestido das Ocasiões Especiais, como lhe chamas! Já te falei na importância das pontas soltas?


Hurry up please!


A.

sexta-feira, 8 de maio de 2009



Hey u!
A esta hora estarás, tal como eu, enterrada sob camadas inacreditáveis de trabalho, prazos impossíveis de cumprir e uma ou outra insónia inusitada.

É uma verdade que por estes lados, tudo está a correr de feição. Os projectos que me trouxeram aqui estão finalmente a arrancar, a sair do papel, dos esquemas e dos sonhos projectados e a tornar-se realidade. Já fomos até contactados por outros Museus que querem acompanhar a concretização dos projectos e, se tudo correr bem, implementar algo do género noutros pontos do planeta. Tudo muito bonito (e uma oportunidade incrível de "crescer" mais um bocadinho) mas a responsabilidade que tudo isto acarreta começa a assustar-me. E, depois, está tudo a correr tão incrivelmente "bem" que começo a andar naquela ansiedade estúpida do "ok...quando é que isto vai dar para o torto?".

Porque é que somos sempre assim? Sempre à espera do momento em que qualquer coisa vai correr mal? Porque é que é sempre tão difícil assumir a responsabilidade, tomar o comando da situação com pulso firme em vez de correr a fugir?

Cá recebi a tua surpresa, via e-mail. E que surpresa!!! A Av. da Liberdade vai mesmo ser tua... e eu lá estarei para presenciar o momento! Sem desculpas nem "e se's".

E por aqui continuo. A descobrir cada vez mais cantinhos desta maravilhosa cidade e cada vez com mais saudades de Lisboa. E enquanto não posso passear as minhas alergias ao pólen pela Av. da Liberdade, passeio-os mesmo por aqui.

See ya soon,
Bee

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Nova Viagem?

Nova viagem?

Só mesmo a que vou fazer de carro de forma a chegar ao escritório e a todas as reuniões de trabalho que me esperam. E não são poucas. Tenho que me pôr a par de tudo o que aconteceu na minha ausência. Amanhã bem cedo, tenho que estar na Avenida da Liberdade para confirmar a últimas alterações feitas ao projecto, alterações essas que só acompanhei à distância o que me deixam com o meu sexto sentido em alerta máximo. Não sei se a utilização de todas as novas tecnologias que hoje em dia temos ao nosso dispor, terão sido suficiente. E o tempo disponível já não dá azo a grandes alterações.

E, a partir de agora, todo o tempo vai ser pouco para tudo o que tenho para fazer! O grande dia está a aproximar-se e eu ando com os nervos à flor da pele. Tenho pilhas de dossiers na minha secretária e não sei quantas cartas ainda por abrir. A minha noite vai ser muito comprida e ainda nem sequer começou.

Importante: amanhã a minha secretária vai-te mandar uma pequena surpresa para o teu correio electrónico. Tenho a certeza que vais gostar e espero contar contigo, sem desculpas, sem "e se´s". Ficas avisada com tempo suficiente de antecedência.

Aqui vou eu... de corpo e alma e com toda a energia que tenho acumulada e que se transforma em matéria sempre que o entusiasmo assim mo dita! Vai ser o meu maior projecto até hoje e não vou permitir que nada nem ninguém se meta no meu caminho. O mundo será meu! Bem, pelo menos a Avenida da Liberdade será...

Beijos!

A.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

E não são apenas os trolleys.

São também os turistas, de câmara em punho, sorriso em riste e olhar deslumbrado.

E os aviões que eu via levantarem voo de cada vez que ia a atravessar a Vasco da Gama. O Tejo aos pés e eles de nariz levantado, ainda a ganhar altitude. Quando eles subiam, desafiando as leis da física, eu imaginava todo um mundo de possibilidades.
Quando via esses aviões partirem, enquadrados na moldura perfeita do fim de tarde a cair sobre Lisboa, perdia o resto do caminho a imaginar qual o seu destino. Mas também a vida de cada passageiro, os motivos porque partiam ou porque regressavam.

Esta nossa eterna capacidade de manter a cabeça nas nuvens. Nunca nos abandonará. Acho que, no que a mim me diz respeito, se deve a essa inconsciente (mas sempre presente) ânsia de mudança. De querer estar noutros lugares.

Depois de ler o teu post, e porque era Domingo, resolvi deixar o relógio em casa. Para o coração da velha cidade, em busca de trolleys e de turistas, de corações que vibram, que batem tão forte e tão alto que eu, estando ali ao lado, chego a conseguir ouvi-los.

Corações de quem viaja. Com o corpo e com a alma.

E tu, nova viagem?!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Trolley

Acabaram-se as mini férias!

Estou de volta a casa, ao trabalho, à minha vida.

Já imaginaste alguma vez o poder que exerce na nossa imaginação uma pessoa que passe por nós atrelada com um Trolley?

Não?!

Provavelmente não. Mas, pensa comigo: vais na rua, na tua vida, atrasada para um café ou almoço, passo rápido, célere, a olhar constantemente para o relógio - eu sei como detestas chegar atrasada ao que quer que seja -, a olhar novamente para o relógio enquanto, silenciosamente, refilas com o homem que te foi arranjar a televisão (a nova!), porque também ele se tinha atrasado! Quando, mais uma vez, a meio de um novo olhar, não completas o gesto porque passa por ti alguém com um Trolley! Qual a primeira coisa que te vem à cabeça? O primeiro pensamento? A primeira pergunta?

... (deixo este espaço para que penses na resposta)...

Pois, eu sei qual é o meu primeiro pensamento, a minha primeira pergunta: "Está a chegar ou está a partir?" Pergunta essa, seguida de forma peremptória de: "De onde ou para onde?"

E, a partir daí, a imaginação voa, alto, altiva e independente, vouyerista: será que se divertiu? o sitio correspondeu às expectativa? recomendaria? pensa lá voltar? a areia é branca e fina? a mais branca de todas? os monumentos estão bem conservados? qual a nova linha das t-shirts do Hard Rock?

Por outro lado: agora o que me apetecia mesmo era agarrar naquele Trolley e seguir recta que nem uma seta para uma qualquer ilha, quente, divertida, longínqua; apanhar o avião e sair directamente no cimo dos Alpes e esquiar todas as curvas fofas de neve; correr e ainda conseguir entrar na última visita guiada em Inglês do Hermitage; ou, simplesmente, estar sentada na espreguiçadeira mais confortável do novo navio que cruza o Mediterrâneo em direcção a Myconos.


É este o poder dos Trolleys!

O de nos levarem para onde nos apetece!

E, ao olhar para o meu, acabado de chegar, com as pequenas rodas aindas quentes da calçada portuguesa, as fitas verdes do aeroporto coladas de lado, a primeira coisa que me vem à cabeça, o primeiro pensamento, a primeira pergunta... Açores?

A.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Com 'A' maiúsculo

Como é que nós sobrevivíamos antes disto tudo?
Antes da net, dos portáteis, dos iPod, dos telemóveis e dos comandos televisivos?

Eu lembro-me de passar horas a devorar livros em vez de andar a pular de site em site a ler, no máximo, três parágrafos sobre um qualquer assunto. Lembro-me dos velhinhos computadores que exigiam muita paciência para abrir o mais simples documento.

Lembro-me tão, tão bem (e as saudades que tenho...), de escolher um cd, comprá-lo e, depois, chegar a casa e ouvi-lo de uma ponta a outra. Ouvir todas as músicas com uns phones gigantescos, enquanto folheava o booklet e lia atentamente todas as letras de cada canção, mergulhando num mundo musical só meu. Em vez desse maravilhoso ritual, hoje descarrego músicas individuais para ouvir em formato digital. Continuo a comprar cd's pelo prazer que me dá tê-los na mão...mas falta-me o tempo para o velho ritual. Porquê? Porque normalmente o telemóvel toca, ou uma mensagem chega e eu respondo sem precisar sequer de olhar para o teclado, como se aquele pequeno objecto fosse já uma extensão do meu braço.

E quem diz o telemóvel, diz o comando da televisão. Mais o comando do leitor de dvd's, o comando da televisão por cabo e o comando do sistema de Dolby Surround. Fazemos zapping por programas aos quais não dedicamos, por norma, mais que cinco minutos da nossa atenção. Eu lembro-me de passar horas a ver o mesmo canal e das discussões geradas em torno de quem se ia levantar para mudar para outro.

Lembro-me de tudo isto e do saudosismo das coisas simples da vida, como alugar um carro e ir de cabelo ao vento só com dinheiro para a gasolina.

Por isso, nem toda a melancolia e saudosismo são maus. Lembram-nos as coisas boas e importantes e fazem com que pessoas como tu voltem a tomar as rédeas da sua própria vida. "Óh alma portuguesa", dizes? Não é uma qualquer alma. É a Alma portuguesa. Assim mesmo, com A maiúsculo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Bagagem II


Passo um: respirar porque o avião aterrou em segurança.
Passo dois: confirmar se nenhuma mala se "extraviou" pela enésima vez.
Passo três: alugar um descapotável!


Paris já ficou para trás - até à próxima vez, cidade da Luz - e, apesar de ter sido em trabalho, a viagem desta vez foi bastante prazerosa, como de resto deveriam ser todas as viagens (e todos os trabalhos).

Mas Lisboa desperta em mim uma certa melancolia, cada vez mais acentuada à medida que me vou encontando mais distante (melancolia, saudosismo, óh alma Portuguesa!).

Por isso mesmo, resolvi mostrar a todos estes sentimentos que quem os controla sou eu e não o contrário: aluguei um descapotável e aqui vou eu "por aí", ao sabor do vento, das ondas e da minha vontade!

Não vou com um destino pré-definido, o verdadeiro prazer da aventura é esse mesmo: ir à descoberta. Pé no acelarador, o vento quente a roçar a cara, a revoltar os cabelos.

E na bagagem, tal como dizias, não interessa se trago a minha nova Fendi ou a scarf da Gucci que tanto prazer me deu comprar. Hoje, trago comigo tudo aquilo que de mais importante tenho: o comando da minha vida e as memórias de tudo e todos os que me fazem sorrir com verdadeiro prazer, e não são poucos! De material, trago dinheiro para o gasóleo e a minha máquina fotográfica.

Trabalho? Claro, daqui a uns dias, quando estas mini-férias acabarem.

Fica bem e dá notícias do museu e minhas ao museu :)

A.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Bagagem



Transportes. Em teoria, levam-nos do ponto A ao ponto B. De preferência inteiras e sem acidentes de percurso, de malas e mochilas atrás. Mas...e o resto da bagagem? Que dizer de toda a bagagem emocional que levamos connosco, que deixamos para trás?

O que é que é realmente importante de levar na bagagem?

Há não muito tempo atrás, enquanto fazia as malas e enlouquecia a tentar descortinar como enfiar tudo o que queria numa só mala, dei conta que eram as coisas mais triviais que não queria deixar para trás. Fotos, pequenos objectos sem valor aparente, este ou aquele cd. Como se dizia no filme, "believe me, nothing is trivial".

E é precisamente ao chegar ou ao regressar que nos apercebemos da importância dessas trivialidades na nossa vida. Da recordação ou da antecipação dos sorrisos, dos abraços, das palavras simples, dos olhares carregados de cumplicidade, dos copos de tinto em boa companhia, da luz de Lisboa, deste ou daquele recanto do sítio a que chamamos "casa".

Por isso, as borboletas no estômago ou a sensação de absoluta impotência quando nos reduzimos à nossa insignificância no assento num avião parecem-me um preço muito pequeno a pagar.

B.

domingo, 5 de abril de 2009

Pleno Voo


Hey!! Ou melhor... hey...

Tinhas razão, estou em pleno voo Paris - Charles de Gaulle heading Lisboa - Portela. E, mesmo sendo a "enésima" vez que viajo de avião, tenho aqui um ligeiro desconforto no meu estômago. Não são borbuletas, infelizmente, que essas ainda me lembro bem da sensação que causam, mas sapos... não sei não...

A ideia que temos dos meios de transporte em geral talvez não tenha mudado assim tanto ao longo dos tempos. Os transportes, esses sim, mudaram. Sem dúvida alguma que o avião é o meio de transporte mais seguro dos tempos modernos. O número de acidentes que existem são irrisórios face ao número de acidentes de viação que ocorrem todos os dias, a toda a hora, em todos os minutos, em todo o mundo. Até os comboios descarrilam mais vezes. Os barcos afundam! Actualmente, os nossos aviões já quase que nadam! Existe, efectivamente, um novo herói à escala mundial que conseguiu que o avião que pilotava amarasse em pleno rio Hudson para gáudio do orgulho americano (e para a felicidade de todos aqueles que lá iam dentro e das suas famílias, não quero ser injusta...)

Mas, nem estes factos me deixam mais descansada quando atravessamos um poço de ar ou quando o avião tem que andar em manobras em pleno céu! Será preciso fazerem tantas curvas para aterrarem?...

Poderá estar relacionado com a sensação de impotência? Com a perda de controlo? Se eu for de carro, principalemnte se for eu a conduzir, posso ter algum controlo sobre o que se passa. Ou não. Se tiver um acidente, posso sempre tentar sair do carro e proteger-me de alguma maneira. De barco... bem não sei conduzir um barco, mas sei nadar! Agora, voar?! Ainda não aprendi... e o Ícaro só me deixou algumas ideias vagas e pouco eficazes de como se faz :P

Na realidade, não há nada como ter os pés bem assentes na Terra! A cabeça, essa, pode perfeitamente andar nas núvens e deve mesmo passar por lá de vez em quando, só para não se esquecer como é! Agora, o corpo não tem que acompanhar!!!


Por isso mesmo é que te estou a escrever em pleno voo, para ver se passa mais rápido!

E não é que deu resultado?! "Ladies and Gentlemen this is your Captain´s speaking. Please take your seats and fasten you seat belts"

E cá estou de novo.

Lisboa é, sem dúvida alguma, a cidade mais bonita do Mundo!


A.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Hey u!

Não, não consegues imaginar a minha cara. Mas ela ficou registada nas câmaras de segurança, para gáudio e felicidade de todos...
Depois desse incidente, que se tornou motivo de piada por todo o Museu, não foi preciso cá mais nenhum forward, e-mail, memo ou o que quer que seja. Toda a gente sabia quem eu era. Todos. Até as senhoras da limpeza.

Mas para dizer a verdade, há males que vêm por bem e o meu trabalho ficou muito mais facilitado. Todos os funcionários ficaram mais receptivos à minha presença e o episódio da minha "detenção" acaba sempre por funcionar como quebra-gelo nas conversas. Ao que parece, foi um problema informático qualquer que teve a ver com umas actualizações aos programas da recepção. Qualquer coisa do género. Não sei se foi realmente isso mas vou acreditar que as coisas aqui funcionam mesmo de maneira diferente do que em Portugal. Outras coisas que funcionam de maneira diferente: ninguém acha que estou aqui para lhes roubar o lugar e há um ambiente descontraído e informal. Exactamente como eu sempre desejei.

Assim, depois de conhecidos todos os funcionários, estou a debruçar-me sobre os visitantes do Museu para poder começar a traçar projectos de integração, interacção e actividades. Também há que captar públicos novos. Na próxima semana, tenho reunião com a Direcção para apresentar os primeiros esboços e decidi começar pelos mais novos. Já existe uma visita guiada para os mais pequenos mas quero torná-la mais dinâmica e animada, com actividades nos jardins (que estão claramente subaproveitados). Ontem acompanhei uma dessas visitas. Um grupo de miúdos de pré-primária, com 4 anos. Em fila, agarrados aos bibes do coleguinha da frente. Acreditas que não houve uma única birra?! Ninguém chorou ou amuou! Nem mesmo frente a alguns dos quadros mais abstractos, com dois ou três borrões de tinta (onde até a mim às vezes, secretamente, me dá vontade de chorar...).

Era bom que em Portugal também fosse assim. Apresentar os putos à Cultura e mostrar-lhes que ela não é um bicho de sete cabeças. Começam a haver esforços nesse sentido, é certo. Mas é triste ver a ignorância e a falta de interesse...

E pronto, muito trabalho no futuro próximo e uma vontade tremenda de o fazer! Por esta altura já deves estar em pleno voo, a deixar Paris para trás, bem como uma dezena de criancinhas assustadas e de lágrimas nos olhos, traumatizadas porque lhes roubaram a moedinha que iam mandar para a fonte. Shame on you!!! Agora mais a sério, sei que no meio de tantos desejos pediste um por mim: que em breve possamos percorrer e sonhar nas ruas de Paris. As duas. Quem diz Paris, diz outra grande cidade qualquer. Essa proposta que lançaste para o ar há uns tempos, ainda se mantém?

See ya soon,
B.

p.s. - primeira aquisição supérflua lá para casa: uma televisão. É ridículo, eu sei, mas pelo menos não sinto a casa tão vazia de gente. O problema foi que, como era uma promoção fantástica, não havia serviço de entrega ao domicílio. Cravei o vizinho do 1º andar para me ajudar a levar o "monstrinho" escadas acima. Das duas uma, ou arranjei a forma perfeita de conhecer a vizinhança ou ando por aí a criar ódios de estimação.

Hey!

Não consigo parar de me rir ao ler a tua carta!
Aliás, o que consigo perfeitamente é imaginar a tua cara enquanto o segurança se dirigia para ti de walkie-talkie em riste!

Este tipo de situações são curiosas. A burocracia parece uma pedra no sapato à escala global. Por quantos desktops diferentes terá passado o memo a avisar a tua chegada? Em qual deles terá ficado estacionado? E terá sido entre um foward em versão mpeg ou uma conversa de messenger tipo flirt? Ops, ficou esquecido...

E pensar que estas situações só aconteciam em Portugal! Como estamos enganados...

Ainda não sei ao certo quando me vou embora, mas a minha estadia em Paris está a chegar ao fim. Já me passeio pelas ruas em jeito de despedida. Apetece-me mandar moedas para tudo o que é fonte com que me cruzo. Este espírito de turista não me larga. Não tarda estou a roubar as moedas das mãos das crianças para ser eu a mandá-las e pedir todos os desejos que me apetecer! Achas que me vai trazer problemas?

Cya!!!!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Era apenas um pequeno pormenor...

Primeiro dia no Museu.
Reunião com o Director. Acertamos pormenores, delineamos melhor objectivos e traçamos metas para as próximas duas semanas.

Depois de almoço, ganho coragem e sigo para a Bilheteira, primeiro local de contacto com os visitantes. Chego ao pé das duas funcionárias, sorrio, meto conversa. Durante uns 5 minutos farto-me de falar e uma delas olha para mim, acena positivamente com a cabeça e sorri. A outra atende um visitante e, depois, agarra-se ao telefone. Começo a falar sobre os visitantes, quem costumam ser, se têm dúvidas sobre o espaço ou a exposição, se costumam fazer perguntas. Nisto vejo um dos seguranças do Museu a caminhar, de walkie talkie em riste, em direcção à bilheteira. Na minha ignorância, continuo a sorrir.

É já no átrio de entrada que alguém acaba por vir em meu socorro…

Aparentemente, alguém se esqueceu de enviar para a Bilheteira/Recepção o memo. O memo que avisava que eu ia começar a trabalhar. E o que é que eu ia fazer.
Sem comentários.

terça-feira, 24 de março de 2009


Hey!


As coisas que tu te lembras! Eu acho é que as pessoas que lá trabalhavam, não se lembram é de nenhuma das duas!!! Já passou tanto tempo! A memória cada vez mais é condicionada pelos grandes high lights do momento! Quem casa com quem nas revistas, um novo escândalo sexual, eventualmente a morte de alguma figura pública… e passado uma semana, um mês, já ninguém se lembra!


É por isso que digo que não há bem mais valioso do que as fotografias! Essa imortalização artística! Ninguém nos pode tirar isso. Tenho as nossas todas guardadas religiosamente, se quiseres voltamos à Baixa de Lisboa, e só para testar, retornamos às mesmas lojas e fazemos interrogatórios exaustivos a quem lá trabalhar! No final, logo vimos quem tem razão!


E por falar em fotos. O dia de hoje foi muito proveitoso! Ainda tenho que editar algumas das (muitas) fotografias que tirei, mas assim que me for possível, envio-tas para dares a tua opinião e, aí sim, ficares roidinha de inveja! Da boa e da má :)


Bem, e agora vou sair. Vou realizar a minha parte da pesquisa antropológica e comportamental do Ser Humano. Vamos ter muitos resultados e conclusões para comparar.


Cya!


A.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pequenos prazeres da vida



Paris….
Nem as melhores bolachas crocantes com pepitas de chocolate (sim, caseiras, sem prazo de validade, invólucros, daquelas capazes de nos fazer lamber os dedos e raspar as migalhas do prato) podem igualar Paris. Mas acho que encontrei a solução ideal: num Bateau-mouche, a passar frente à Torre Eiffel, no fim de tarde, a comer bolachas com pepitas de chocolate. Perfeito, não?

Eu consigo perfeitamente imaginar-te a perder a cabeça perante um tecido em específico, um padrão em particular, esta ou aquela cor de eleição que te põem literalmente a correr de atelier em atelier. Aliás, eu lembro-me perfeitamente quando tu me arrastavas pelas lojas de tecidos da Baixa de Lisboa. E dos olhares de ira quando os funcionários nos viam entrar e já sabiam que tu ias querer dois metros do tecido que estava na prateleira mais alta da loja. Eu delirava quando tu, da altivez dos 14 anos, fazias o pedido como se fosse a coisa mais séria do mundo. De tal modo que, ultrapassada a raiva inicial de quem tinha o azar de nos atender, acabavas sempre por sair da loja com muito mais tecido do que o pedido sem teres que pagar mais por isso. Aposto que hoje em dia, quando ouvem o teu nome, devem sorrir e dizer: “sabe, ela costumava vir aqui comprar tecidos…”, perante o olhar de espanto dos clientes. Com um bocadinho de sorte dizem também: “…ela costumava vir com uma amiga, aquela rapariga, ai como é que ela se chama? Tenho o nome aqui mesmo debaixo da língua…”

Mas por muito tempo que tenha passado e por muito que o teu nome tenha crescido, nunca vais deixar de te deslumbrar com esses pequenos prazeres da vida: o rendilhado perfeito da Torre Eiffel, a Pont des Artistes, a cusquice em ouvir as conversas dos turistas (ok, eu sei que este mau hábito fui eu que te peguei…). E é por isso que aqui estamos hoje.

Quanto a mim, hoje passei pelo Museu para observar um pouco o comportamento das pessoas, estudar e apalpar terreno. Amanhã tenho reunião com o Director e, depois de almoço, começo a fase intensiva de passar por todos os cantos e conhecer ao pormenor cada funcionário, o que faz e como o faz. Para dizer a verdade, mal posso esperar!
See ya,
Bee
Só para dizer o seguinte: inveja. Inveja pura e simples.
Eu sei, eu sei, coisa feia.

B.
p.s. - volto a escrever quando deixar de estar roídinha!

Je t'aime Paris!!!!


Bolachas crocantes cobertas com pepitas de chocolate?! Daquelas mesmos estaladiças em que o chocolate quando em contacto com a boca derrete lentamente como se fosse o último pedaço de chocolate da nossa vida? I miss it so much… Não me lembro da última vez que comi algo assim, deliciosamente caseiro, sem invólucro, sem datas de fabrico ou validade nem nome de boneco infantil… hm…


Pois então Dear B. estou em Paris!


JE T’AIME PARIS!!!!!


Sinto-me sempre como se fosse a primeira vez que cá venho. Não me habituo à grandiosidade da Torre Eiffel nem aos majestosos labirintos de ferro que a forram. Nem nunca dispenso uma viagem de barco ao Sena privilegiadamente acompanhada por todos os desconhecidos que, aparentemente, esses sim, a fazem pela primeira vez.


E claro, contemplar a Ile de la Cité a partir da ponte que a precede ao final da tarde, c’est magnifique! Será que a ponte alguma vez estará à venda?


A semana da moda em Paris está a correr lindamente, de longe muito melhor que em anos anteriores e as colecções são de fazer arrepiar e desejar ir a correr aos ateliers dos designers e trazer tudo connosco! Claro que quem ia sair mais beneficiado no meio disto tudo, seria a funcionária do aeroporto!!!!


A.

domingo, 22 de março de 2009

A primeira grande surpresa


Por esta altura, escusado será dizer-te que ontem estive acordada até às tantas a desempacotar milhares de pequenas coisas e a tentar tornar estas quatro paredes mais acolhedoras. Para além disso, tratei de assuntos mais mundanos (como pôr a net a funcionar no portátil!) e tentei acenar a bandeira branca à minha vizinha da frente (sem resultados...). Depois disso, tive uma daquelas insónias brutais e só conseguia pensar nas mil e uma formas que a minha vizinha estaria a planear a minha morte lenta e agonizante. Mal eu sabia o que me esperava.

Ainda não eram 8h da manhã, estava eu sentada a tomar o pequeno-almoço e apreciar a vista (sim, tenho que admitir que o prédio pode ser quase centenário mas tem das melhores vistas sobre a cidade) quando a campainha tocou. Duas vezes. Eu fiquei estática, de caneca nas mãos, lábios entreabertos e a contemplar o infinito, à espera que o meu cérebro despertasse: "hey, sim, é a tua campainha que está a tocar". Terceiro toque, quarto toque. Acreditas que estava nervosa quando finalmente me dirigi para a porta??!!!

No meio do corredor, de chinelos e avental, com um prato das mais maravilhosas bolachas que alguma vez vi e um sorriso de orelha a orelha, estava a minha vizinha.

Acabei o meu pequeno-almoço com bolachas crocantes cobertas com pepitas de chocolate. Quentinhas!!!!! E a certeza que escolhi o melhor sítio da cidade para morar!

Bjo,
Bee

P.s. - eu acho que com tanta mala (supostamente) extraviada alguma funcionária do aeroporto anda agora muito mais feliz. Ah! E onde raio é que tu estás hospedada??

sábado, 21 de março de 2009

Dia 1

Bem, que stresse!!!

Tu a tentares não atropelar a senhora nas escadas e eu a tentar não ser atropelada por um bando de Japoneses cheios de máquinas fotográficas e de filmar e de todos os gadgets que se conseguem colocar ao pescoço!

Mais uma vez, perderam-me uma das minhas malas no avião. Já começa a ser rotina... Presumo que alguém já deva ter um guarda roupa totalmente novo só à custa de todas as minhas malas que já se extraviaram... A sorte é que, como trago sempre muitas, alguma coisa tem que se aproveitar!

Ah, não te passa pela cabeça o hotel em que estou hospedada desta vez! Ias adorar!!! Bem, ou talvez não... nunca havemos de concordar relativamente a estes gostos simples da vida.

Então e tu como estás?

Conta-me tudo que estou sedenta de novidades!!!

A.

O primeiro passo

Hey u!
Cheguei há meia hora àquela que será supostamente a minha casa nos próximos tempos. Gostei tanto da sensação que saí disparada ao fim de 10 minutos... foi o tempo de largar as malas e correr porta fora à procura de um cyber onde te pudesse escrever. Pelo caminho quase derrubei uma senhora que vinha muito devagarinho (dolorosamente devagar) a subir as escadas e que deve ser minha vizinha.
No caminho para aqui o taxista cobrou-me 23€ por uma bandeirada que custaria, na melhor das hipóteses, uns 8€. É o que dá vir carregada de malas. Devia ter-lhe dito que não sou turista. A partir de hoje, esta cidade também é minha!!!

Vou regressar e deitar mãos à obra e fazer as pazes com a senhora de uns 90 anos que eu ia matando lá nas escadas.
Prometo escrever a contar tudo assim que assentar arraiais!
See ya!