quinta-feira, 28 de maio de 2009

Etéreo! Volátil!


Sinto que posso voar de tão leve a irreal que me sinto, como se, neste momento, estivesse a olhar para mim, para a vida e para a noite (noite? que horas são? quantas horas foram? quanto tempo já passou?) de fora para dentro, qual personagem do meu próprio filme que não eu. Na plateia de frente para o ecrâ gigante, metade dentro, metade fora. Mas sinto-me bem, tão bem!

A sensação de plenitude, bem estar, megalomania e egocentrismo na sua totalidade que nos rodeia e por nós transborda quando alcançamos, através do nosso esforço e trabalho, aquilo que sempre desejámos e para o qual trabalhámos, é inexplicável! Neste momento, Eu sou Omnipotente, Onipresente, tudo posso, tudo consigo, tudo quero! E quero mais!

A Avenida da Liberdade brilhou a par com as estrelas esta noite! Diría mesmo que brilhou mais, porque uma nova estrela nasceu! A inauguração do novo espaço de verdadeiro lazer da Capital está oficialmente aberto desde esta noite! E que noite!

A partir de hoje, quem se dirigir a Lisboa, terá a oportunidade de ficar alojado no melhor complexo hoteleiro de que há memória. "Hotel de cinco estrelas com quartos com assinatura de designers, únicos, individuais e inigualáveis. Bar e restaurante panorâmico, com serviço de excepção, chef de renome e comida de degustação inesquecível. Spa moderno, adequado às necessidades de cada um . Loja de griffs de renome e acessórios imprescindíveis. Tudo num único espaço, ao serviço de quem aproveita a vida com tudo o que de bom esta tem." dizia nos noticiários online, mesmo antes do sol raiar! As revistas do social rejubilaram com a concentração por metro quadrado de fotografáveis "o espaço mais in de que há memória abriu portas em Lisboa", como se a qualidade, a superioridade e a supremacia fossem secundárias a tanta possiblidade de flash e blush e jet set! Mas até isso me deixa feliz! Até isso correu às mil maravilhas. Mal posso esperar para ver o que vai ser publicado nas revistas da especialidade. Os guias turísticos vão fazer novas edições "só" por causa desta noite!

E não é que a orquídea estava mesmo à esquerda do sofá e o tapete, beringela, lindo de morrer, no sítio que lhe estava destinado? E os candeeiros... os candeeiros, fico arrepiada só de pensar neles. A personalidade que dão ao espaço não tem descrição!

A verdadeira felicidade das pequenas coisas. Quando a junção das pontas soltas se dá. E o brilho ofusca os sentidos. Tudo fica volátil. Etéreo!

E eu sinto-me bem, tão bem.


A.

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