quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Bagagem



Transportes. Em teoria, levam-nos do ponto A ao ponto B. De preferência inteiras e sem acidentes de percurso, de malas e mochilas atrás. Mas...e o resto da bagagem? Que dizer de toda a bagagem emocional que levamos connosco, que deixamos para trás?

O que é que é realmente importante de levar na bagagem?

Há não muito tempo atrás, enquanto fazia as malas e enlouquecia a tentar descortinar como enfiar tudo o que queria numa só mala, dei conta que eram as coisas mais triviais que não queria deixar para trás. Fotos, pequenos objectos sem valor aparente, este ou aquele cd. Como se dizia no filme, "believe me, nothing is trivial".

E é precisamente ao chegar ou ao regressar que nos apercebemos da importância dessas trivialidades na nossa vida. Da recordação ou da antecipação dos sorrisos, dos abraços, das palavras simples, dos olhares carregados de cumplicidade, dos copos de tinto em boa companhia, da luz de Lisboa, deste ou daquele recanto do sítio a que chamamos "casa".

Por isso, as borboletas no estômago ou a sensação de absoluta impotência quando nos reduzimos à nossa insignificância no assento num avião parecem-me um preço muito pequeno a pagar.

B.

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