quinta-feira, 23 de abril de 2009

Trolley

Acabaram-se as mini férias!

Estou de volta a casa, ao trabalho, à minha vida.

Já imaginaste alguma vez o poder que exerce na nossa imaginação uma pessoa que passe por nós atrelada com um Trolley?

Não?!

Provavelmente não. Mas, pensa comigo: vais na rua, na tua vida, atrasada para um café ou almoço, passo rápido, célere, a olhar constantemente para o relógio - eu sei como detestas chegar atrasada ao que quer que seja -, a olhar novamente para o relógio enquanto, silenciosamente, refilas com o homem que te foi arranjar a televisão (a nova!), porque também ele se tinha atrasado! Quando, mais uma vez, a meio de um novo olhar, não completas o gesto porque passa por ti alguém com um Trolley! Qual a primeira coisa que te vem à cabeça? O primeiro pensamento? A primeira pergunta?

... (deixo este espaço para que penses na resposta)...

Pois, eu sei qual é o meu primeiro pensamento, a minha primeira pergunta: "Está a chegar ou está a partir?" Pergunta essa, seguida de forma peremptória de: "De onde ou para onde?"

E, a partir daí, a imaginação voa, alto, altiva e independente, vouyerista: será que se divertiu? o sitio correspondeu às expectativa? recomendaria? pensa lá voltar? a areia é branca e fina? a mais branca de todas? os monumentos estão bem conservados? qual a nova linha das t-shirts do Hard Rock?

Por outro lado: agora o que me apetecia mesmo era agarrar naquele Trolley e seguir recta que nem uma seta para uma qualquer ilha, quente, divertida, longínqua; apanhar o avião e sair directamente no cimo dos Alpes e esquiar todas as curvas fofas de neve; correr e ainda conseguir entrar na última visita guiada em Inglês do Hermitage; ou, simplesmente, estar sentada na espreguiçadeira mais confortável do novo navio que cruza o Mediterrâneo em direcção a Myconos.


É este o poder dos Trolleys!

O de nos levarem para onde nos apetece!

E, ao olhar para o meu, acabado de chegar, com as pequenas rodas aindas quentes da calçada portuguesa, as fitas verdes do aeroporto coladas de lado, a primeira coisa que me vem à cabeça, o primeiro pensamento, a primeira pergunta... Açores?

A.

Sem comentários: